Racismo
Empírico
1.
Perfil
Único
O racismo
no Brasil tem características culturais sem paralelos no restante do mundo. Sem picos de ataques
colossais. Mas nem por isso menos cruel e violento.
A seguinte comparação ilustra bem o
racismo na cultura brasileira: Um grupo de crianças brincando de roda.
Segurando cada uma a mão da coleguinha fortemente. Enquanto brincam e
cantam, há algumas crianças fora da roda. As quais se esbarram
contra o círculo fechado de tempo em tempo; tentando romper a corrente formada pelas
mãozinhas do grupo para participar da brincadeira.
Um adulto se aproxima e pergunta às
crianças que fazem parte da roda: "Quem está excluindo as demais crianças
da brincadeira?"
A resposta de cada uma delas é
imediata: "Não sou eu!"
Talvez, a parte mais cruel do
racismo nacional seja justamente o anonimato. Pois, é muito mais
difícil lutar contra um inimigo desconhecido que contra aquele que se
revela.
2. A
Gradatividade do Racismo
1) O que é
2) Sua importância no Estudo sobre Racismo
1) O que é Gradatividade do Racismo:
O nível de exclusão social é proporcional ao escurecimento da pele.
A exclusão e discriminação é gradativa de acordo com o tom da pele de cada
pessoa (individualmente).
Nota: Pesquisadores e estudiosos do assunto deveriam levar mais em conta o fator gradativo.
Pele mais escura: maior
exclusão. Mais brincadeiras depreciativas ou apelidos chulos. Menos
oportunidades de inserção social, etc.
Proporcionalmente ao
“clareamento” da pele vem inserção social. Quem é “intermediário na cor”, geralmente,
não tem grandes oportunidades. Porém, com grande esforço, pode conseguir algum
espaço acima na Pirâmide Social.
Esta gradatividade pode ser
percebida facilmente em várias áreas da sociedade. Por exemplo: na maioria das empresas
você encontrará, “em termos gerais”: os de pele mais escura trabalhando na
faxina e transporte de volumes ou qualquer outra atividade do mais baixo
escalão e de menor remuneração.
Os de cor “intermediária” em
trabalhos de nível médio e geralmente, internos, sem muito contato com o
público.
Os de pele mais clara se
encontram nas posições de mais destaque, exposição e melhor remuneração. Eles
são, na maioria das vezes: o “Cartão Postal da Empresa”.
Será que os donos de tais empresas
já pararam para pensar como se sentem seus clientes de cada um destes níveis?
Que mensagem eles estariam passando?
2) Sua
Importância no Estudo Sobre o Racismo
Há dois pontos principais que fazem, como já dissemos, o racismo
brasileiro único é
também muito cruel: o anonimato, e o segundo é justamente a gradatividade.
Classificando-se os tons da
pele (apenas para expor o que ocorre) em uma escala de zero a dez.
O zero como sendo a cor mais
escura “bem negra” e o dez, o “bem alvo.” Quanto mais próximo o
indivíduo for do ponto zero, mais discriminado será. Menos oportunidades terá.
Ele poderá ser discriminado por todos que estão na escala acima dele. Pois,
esta gradatividade dá oportunidade a um indivíduo de se sentir “menos negro” ou
“quase branco” ou ainda “só um pouco negro”. Por isto também, um pouco melhor e
com oportunidades também um pouco melhores.
Esta discriminação pode ser
percebida inclusive dentro de uma única família. E a própria família vê
que fulano ou sicrano tem mais oportunidade de ascensão social que o outro que é mais escuro. Também é uma das causas de muitas pessoas se identificarem
como “brancas”, quando na verdade pertencem ao grupo intermediário na Escala
Cultural de Oportunidades de Ascensão Social X Cor.
Aqueles
indivíduos que ficam na parte intermediária da escala: mais ou menos
entre quatro e oito, (veja escala a
baixo) têm grande chance de estar também, em posição intermediária em todos
os setores da vida.
Lembrando que: em todos os casos
tratados neste trabalho poderá haver exceções. Mas, são justamente elas que
indicam os grandes potenciais que toda a sociedade brasileira
tem perdido devido ao racismo. Ou, como alguns preferem, devido à discriminação racial. As
exceções não devem servir de pretexto para que não seja feito nada. Mas, sim de
incentivo para valorização de cada indivíduo independentemente de raça ou cor.
Pode parecer para alguns que os
que estão na parte intermediária da Escala desfrutem de posição
confortável. Mas, não é verdade! Eles podem facilmente ter: dificuldade
de identidade (que é característica fundamental para o desenvolvimento
integral do indivíduo) baixa autoestima, desprezo ou dó dos que estão "posicionados na
Escala" abaixo de si. (Veja escala na próxima publicação)
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