quinta-feira, 13 de junho de 2013

2. RACISMO BRASILEIRO - Perfíl Único


                                 Racismo Empírico

1.   Perfil Único
O racismo no Brasil tem características culturais sem paralelos no restante do mundo. Sem picos de ataques colossais. Mas nem por isso menos cruel e violento.
A seguinte comparação ilustra bem o racismo na cultura brasileira: Um grupo de crianças brincando de roda. Segurando cada uma a mão da coleguinha  fortemente. Enquanto brincam e cantam, há  algumas crianças fora da roda. As quais se esbarram contra o círculo fechado de tempo em tempo; tentando romper a corrente formada pelas mãozinhas do grupo para participar da brincadeira.
Um adulto se aproxima e pergunta às crianças que fazem parte da roda: "Quem está excluindo as demais  crianças da brincadeira?"
A resposta de cada uma delas é imediata: "Não sou eu!" 
Talvez, a parte mais cruel do racismo nacional seja justamente o anonimato. Pois, é muito mais difícil lutar contra um inimigo desconhecido que contra aquele que se revela.
           2. A Gradatividade do Racismo
                                
                        1) O que é
                        2) Sua importância no Estudo sobre Racismo
         1) O que é Gradatividade do Racismo:
               O nível de exclusão social é proporcional ao escurecimento da pele.
A exclusão e discriminação é  gradativa de acordo com o tom da pele de cada pessoa (individualmente).

Nota: Pesquisadores e estudiosos do assunto deveriam levar mais em conta o fator gradativo.
Pele mais escura: maior exclusão. Mais brincadeiras  depreciativas ou apelidos chulos. Menos oportunidades de inserção social, etc.
Proporcionalmente ao “clareamento” da pele vem inserção social. Quem é “intermediário na cor”, geralmente, não tem grandes oportunidades. Porém, com grande esforço, pode conseguir algum espaço acima na Pirâmide Social.
Esta gradatividade pode ser percebida facilmente em várias áreas da sociedade. Por exemplo: na maioria das empresas você encontrará, “em termos gerais”: os de pele mais escura trabalhando na faxina e transporte de volumes ou qualquer outra atividade do mais baixo escalão e de menor remuneração.
Os de cor “intermediária” em trabalhos de nível médio e geralmente, internos, sem muito contato com o público.
Os de pele mais clara se encontram nas posições de mais destaque, exposição e melhor remuneração. Eles são, na maioria das vezes: o “Cartão Postal da Empresa”.
Será que os donos de tais empresas já pararam para pensar como se sentem seus clientes de cada um destes níveis? Que mensagem eles estariam passando?
          2) Sua Importância no Estudo Sobre o Racismo
          Há dois pontos principais que fazem, como já dissemos, o racismo brasileiro único é também muito cruel: o anonimato, e o segundo é  justamente a gradatividade.
Classificando-se os tons  da pele (apenas para  expor o que ocorre) em uma escala de zero a dez.
O zero como sendo a cor mais escura “bem negra” e o dez, o “bem alvo.”  Quanto mais próximo o indivíduo for do ponto zero, mais discriminado será. Menos oportunidades terá. Ele poderá ser discriminado por todos que estão na escala  acima dele. Pois, esta gradatividade dá oportunidade a um indivíduo de se sentir “menos negro” ou “quase branco” ou ainda “só um pouco negro”. Por isto também, um pouco melhor e com oportunidades também um pouco melhores.
Esta discriminação pode ser percebida inclusive dentro de uma única família. E a própria família vê que fulano ou sicrano tem mais oportunidade de ascensão social que o outro que é mais escuro. Também é uma das causas de muitas pessoas se identificarem como “brancas”, quando na verdade pertencem ao grupo intermediário na Escala Cultural de Oportunidades de Ascensão Social X Cor.
 Aqueles indivíduos que ficam na parte intermediária da escala: mais ou menos entre quatro e oito, (veja escala a baixo) têm grande chance de estar também, em posição intermediária em todos os setores da vida.
Lembrando que: em todos os casos tratados neste trabalho poderá haver exceções. Mas, são justamente elas que indicam os grandes potenciais que toda a sociedade brasileira tem perdido devido ao racismo. Ou, como alguns preferem,  devido à discriminação racial.  As exceções não devem servir de pretexto para que não seja feito nada. Mas, sim de incentivo para valorização de cada indivíduo independentemente de raça ou cor.
Pode parecer para alguns que os que estão na parte intermediária da Escala desfrutem de posição confortável.  Mas, não é verdade! Eles podem facilmente ter: dificuldade de identidade (que é característica fundamental para o desenvolvimento integral do indivíduo) baixa autoestima, desprezo ou dó dos que estão "posicionados na Escala" abaixo de si.  (Veja escala na próxima publicação)

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