Patrício (conterrâneo)
- Imigrantes!
Todos os grupos que vieram para o
Brasil na colonização ou posteriormente apresentam identificação com seus “conterrâneos”. Descendentes de Italianos, Portugueses,
Japoneses e muitos outros. Há uma alegre identificação imediata, um respeito, uma reciprocidade! Uma alegria
de ser, de estar, de lembrar-se!
- E os negros?
Até mais ou menos no final dos
anos setenta, em algumas regiões do Brasil era comum negros cumprimentarem-se
chamando um ao outro de patrício
(a). (Isso tem alguma semelhança ao costume dos negros norte-americanos de tratarem-se
como: “Brothers”). É uma identificação. No Brasil, homens tiravam os chapéus e diziam
algo do tipo: “Como vai patrício! Bom
dia patrícia! Sim senhor, patrício!” Era
bonito e refletia algum nível de identidade e respeito! Deveria ter
continuado...!
1.
Por
que Há certo Distanciamento entre Negros?
Muitas circunstâncias levaram a
tal situação que pode se manifestar por: Indiferença, muitas vezes frieza,
“cada um na sua”; constrangimento em estar num grupo com muitos negros (ou só
de negros). Como em muitos outros temas tratados aqui, neste também há
exceções!
É claro que vivemos numa sociedade complexa
com diferenças de valores. Não se pretende que todos negros façam parte de um
mesmo grupo, como se fosse um clube. Não, não é isso! É uma mudança de olhar, mudança da maneira de ver a si próprio. Uma alegria do negro em ver o
negro! Uma alegria projetada nos outros, olhar para o outro e se enaltecer, se
alegrar com o ser negro, com o que o outro negro é!
Por que há essa dificuldade ou
timidez?
Em grande parte, devido à maneira
agressiva como os negros foram arrancados de suas raízes; colocados para servir
como escravos, sem nenhuma dignidade. Em certos casos colocados juntos, mesmo
sendo de grupos diferentes, culturas e línguas diferentes. Até, de países
diferentes. (Muitas vezes, pensa-se
África como unidade e não diferenças enormes como são).
E mais tarde, após a “libertação”,
foram abandonados à própria sorte; ainda sendo oprimidos e discriminados. Além
de terem perdido rapidamente a memória
da origem africana, mesmo que muitos costumes africanos se incorporaram à cultura brasileira, não há no negro uma memoria pessoal de: de que região da África eu vim; de que grupo ou país são meus antepassados, que características eu tenho deles, etc. (perderam-se totalmente os registros ou nunca existiram). Muito
do afeto entre conterrâneos está diretamente ligado às memórias do país de
origem que pode ter sido formada por experiências pessoais ou passadas de
geração a geração. Também houve a vergonha, tristeza por todos os tipos de
humilhações passadas que levaram muitos a ver o “ser negro” como causa do
sofrimento. Então, por que identificar-se com aquilo que os oprime? O ser negro! (Na verdade o que oprime não é
o ser, mas sim as circunstâncias).
(Continuará na próxima publicação!)
(Continuará na próxima publicação!)
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