Como o racismo brasileiro
tem suas peculiaridades, até para ser combatido se torna diferente. Não
deve ser visto como a luta de um grupo defendendo-se de outro.
Apesar de estarmos usando
o termo racismo neste trabalho, por falta de outro, não é a luta de uma raça
contra outra. Deve ser A LUTA DE TODOS. É vergonhoso para todos. Debate aberto
sobre o racismo é fundamental na luta contra o mesmo. A ausência do debate é como no caso de uma doença grave que
contamina a toda uma sociedade. E, por superstição; todos acham que se
for pronunciado o nome da doença ou admitido que ela exista: Trará piores
consequências. Não deve ser jamais, uma luta entre negros e brancos. Isso no
Brasil não funciona. Porque, em certo sentido, (não se choquem os do topo da *Escala)
somos todos negros. Todos somos parte do sistema! Até mesmo negá-lo já mostra
envolvimento. Quando se está dentro de uma determinada situação fica mais
difícil visualizá-la como um todo. Porque a visualização passa por vislumbrar a
si próprio.
Certa reportagem na T.V., apresentou um grupo de determinada “tradição”. Formado por brancos de origem
estrangeira o qual não se misturava. Viviam isolados em zona rural. Eles
disseram durante a entrevista que denominavam a todos os “brasileiros” de negros. Não importava a cor. Para eles
era uma denominação genérica.
A discriminação
racial sempre será a arrogância do ser humano contra seu igual. Que acabará
sendo contra si mesmo. Ela sempre será tola, não importa se cometida por países
ricos ou pobres; por pessoas cultas ou incultas. Sempre será má, e egoísta. E
sempre, suas consequências maléficas recairão sobre todos. Em maior ou menor escala, mas sobre todos!
Com o debate, vamos perceber
melhor o problema e encará-lo. Uma das razões que o racismo no Brasil não tem
sido combatido eficazmente é porque ele ainda não foi compreendido totalmente. É
necessário falar muito sobre o assunto, não só em datas especiais. Mas, o ano
inteiro. É preciso fazer pesquisas de campo. Há margem para muitas
pesquisas. O combate ao racismo deverá ter a “dura” tarefa de perceber
que pessoas bem escuras são cronicamente humilhadas e reprimidas. E precisam se
encaixar, relevando muitas situações por questão de sobrevivência!
A mídia poderia explorar
vários fatos e ajudar a população a identificar o que realmente acontece. Há
muitas coisas que poderiam facilmente ser abertas pela mídia e apresentadas ao
Público. Por exemplo: Ponha duas pessoas, uma branca e outra negra, para fazerem
uma pesquisa de preço de qualquer produto juntas. (Como duas amigas ou amigos).
Verá que mesmo quando quem fizer a pergunta for a pessoa negra, a resposta será
dirigida à branca. O vendedor olhará para a pessoa branca para dar a resposta.
Ou ainda se as duas pessoas chegarem ao mesmo tempo num balcão de atendimento.
Aparentando não estarem juntas, a tendência será atender à pessoa branca,
primeiro.
Pode-se perceber que
esses dois exemplos simples e facilmente visíveis são indícios do que
acontece em situações mais significativas, excludentes e menos expostas. Pesquisas como essas poderão ser feitas em regiões
diferentes que o resultado será semelhante. As conclusões poderão ser usadas
em debates e busca de soluções. Uma boa parte da solução do problema de racismo
nacional passa pela EDUCAÇÃO. Da mesma maneira que problemas de trânsito e de
jogar lixo nas ruas.
Se, na busca de soluções,
forem colocados em um só grupo - como é a tendência: negros e pardos. A injustiça
será igual e os problemas permanecerão. Pois, no sistema cultural nacional, se
em um lugar, cidade, região ou qualquer grupo social; a escala de gradação da
cor for por exemplo: de 0 a 7 (negros a morenos...). Os morenos serão “os
brancos” da "da vez" (ou menos negros). Os benefícios do clareamento serão dos
que tiverem a posição mais alta na escala. A situação será praticamente a
mesma.
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