Passadas várias
gerações sem ter havido uma abertura “cultural”
para se falar sobre o racismo no Brasil. Pois, o assunto era tabu até uns dez anos atrás.
(Ainda é tratado com muito melindre ou omitido em algumas esferas sociais). Está
havendo um debate tímido ainda, mas que já faz muita diferença. Os sites
de relacionamentos têm importante parte nisso, com uma comunicação independente desabrochando, “sem atravessadores.”
À parte alguns casos,
muitos brancos terão boa
vontade em dialogar, compreender e cooperar com combate ao racismo; na medida
em que ele venha sendo decifrado. E, no caso brasileiro, a
própria compreensão honesta do
racismo será o início do combate!
A postura de muitos em
relação ao racismo é simplesmente: “Se eu não falar sobre ele, ele não existe! Ou,
mesmo com todas as evidências, eu jamais admitirei que ele exista!”
Ou, inda há aqueles que
simplesmente o negam, maliciosamente,
como uma forma de racismo. Seria um desprezo através da negação. Como aqueles
que negam ter havido o holocausto contra os judeus. Algumas pessoas muito
cultas, bem informadas, defendem de “unhas e dentes” a tese de que no Brasil
não há racismo. Isso é lamentável e vergonhoso! Compreendem-se algumas pessoas
simples, com pouco estudo, tendo opiniões do tipo: “Nunca fui discriminada. Nunca
presenciei situação de racismo.” Pois, há uma pressão cultural para que elas
não o percebam. Ou, caso contrário, não demonstrem a percepção.
Uma Situação Exemplo
Certo senhor visitava um parente, após longos anos. Caminhavam juntos pelo bairro no qual ele morava. Onde havia comprado o terreno em loteamento há cerca de 15 anos atrás e construído sua casa. O bairro era popular, porém bom. Com boa infra-estrutura e saneamento. Ao término do passeio o morador perguntou ao visitante se havia percebido algo de particular ali. Ele pensou... pensou... Como era muito determinado, pediu tempo para dar a resposta. Saiu novamente para fora da casa e percebeu que todas as crianças que estavam brincando naquela rua eram negras. Voltou e perguntou ao parente se aquilo tinha alguma relevância em relação à pergunta feita.
Ele respondeu: "Sim! Quando, há quinze anos atrás, os terrenos aqui foram loteados. Se o pretendente a comprador fosse negro, os vendedores diziam que todos os demais terrenos já tinham sido vendidos. Que só havia lotes à venda nesta rua. (A qual, por características geográficas, é a pior do bairro.) Todos os moradores daqui são negros e não há negros nas demais ruas."
O visitante perguntou-lhe se alguém havia questionado isso. Ele disse que não tinha conhecimento de ninguém que houvesse feito algo a respeito.
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